JM

MÔNICA DE FREITAS, POETISA APODIENSE

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

MARIA MÔNICA DE FREITAS



Filha de João Batista de Freitas e Rita Moreira de Freitas. Nasceu no dia 04 de maio de 1966, numa quarta-feira, de parto normal feito em casa, naturalmente cumprindo toda a essência da cultura dos seus ancestrais: os Índios Tapuios Paiacus, tribo que representa os nativos aqui existentes antes da colonização portuguesa. Suas origens tanto no que se refere à genealogia paterna quanto materna, tem uma história de misturas raciais entre índios, brancos e negros, uma vez que.
Seu pai João Batista, mais conhecido como “Cordeiro de Zé Bico” é bisneto da índia Luzia, habitante da antiga localidade hoje conhecida como Bairro Bico Torto; também tem herança sanguínea com a família Nogueira, a mesma dos colonizadores registrados no Livro das Sesmarias, onde consta a concessão feita por meio da Carta de Data de Sesmaria concedida em 19 de Fevereiro de 1680 e vê-se os nomes de Manoel Nogueira Ferreira, João Nogueira Ferreira e Antônia de Freitas Nogueira, além de outros portugueses que os acompanhavam vindo de Pernambuco e passando pelo Ceará, até chegar em Apodi.
Sua mãe Rita Moreira tem do lado da mãe a genealogia dos “Moreiras”, família que originalmente habitou e alguns membros ainda habitam a região de Santa Cruz, Santa Rosa e terras do vale até o Sítio Caboclo. Enquanto isso, do lado do pai pertence à família “Inglês”, que segundo comenta-se também tem origem europeia, advinda da Inglaterra.
A professora Mônica Freitas, como atualmente é conhecida, é uma mulher de história semelhante às demais mulheres apodienses e porque não dizer nordestinas. Quando criança passou por todas as situações de pobreza e miséria que caracterizam o nosso sertão. Foi vítima de secas, morou em casa de taipa. Era de uma família muito carente, mas com um diferencial não muito aplicável às famílias que têm esse caráter nos dias de hoje: sempre acreditou na escola como redentora, como impulsionadora do avanço pessoal e social. Nunca fez o ensino infantil, pois na época não existia, começou a estudar em escola de zona rural multisseriada. Sua primeira professora foi Maria Alaíde da Costa, responsável por sua alfabetização na Escola Isolada Ponta D’Água, lá estudou até a 2ª série. Em seguida, foi estudar na Escola Estadual Ferreira Pinto, a 3ª série com Toinha de Guilherme e a 4ª com Ritinha Gomes. Fez todo o ginásio na Escola Estadual Professor Antônio Dantas. Fez também o curso de Habilitação ao Magistério na mesma escola. Foi este curso que permitiu a entrada no rol de servidores públicos do Estado como professora. Depois já como professora do Estado ingressou na UERN, para cursar Letras e depois de graduada, fez Especialização na Faculdade Vale do Jaguaribe.
Quanto à sua paixão pelos livros, a mesma relata que a melhor mediadora de leitura de sua vida foi a sua avó materna Antônia Moreira (In memorian), apesar de a mesma ser analfabeta. O fato é que quando criança, sua avó contava “histórias de trancoso” e recitava a literatura de cordel com tanta criatividade para ela que estimulou a curiosidade em saber de onde vinham tais textos. Ao ser alfabetizada e descobrir que tudo era registro de livros, criou gosto pela leitura literária infantil, e daí foi um passo para se tornar uma leitora assídua de todos os gêneros. Ela cita, que ainda como mediadora de tal caráter, está a sua tia Joana Valentim de Freitas (In memorian), professora na época, conhecida como Joana de Zé Bico, pessoa que permitiu o acesso aos livros onde foram encontradas as histórias contadas pela sua avó.
A professora e hoje também poetisa Mônica Freitas se casou duas vezes. Do primeiro casamento com Raimundo Gomes de Lima geraram-se três filhos: Luiz Carlos, Laédson Freitas e Luana Mirtes. Hoje é casada com um dos socorristas do SAMU Apodi.
Além de ser Graduada em Letras com Habilitação para o Ensino de Língua Portuguesa e Especialista em Leitura, Literatura e Produção de Texto e poetisa. Atualmente, faz Mestrado na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), No Campus Maria Luiza de Albuquerque Maia (CAMEAM), na cidade de Pau dos Ferros/ RN. Aplicada em todos os níveis escolares, a sua pesquisa de Mestrado é direcionada ao estudo da temática cultural indígena relacionada com o ensino de Português, mais especificamente ao ensino de Produção de Texto.
Sobre sua veia poética somente foi descoberta quando estava cursando a faculdade de Letras na UERN. Seu primeiro texto poético, lido e reconhecido pelo caráter literário, foi escrito na madrugada, quando estava sozinha, sentada à calçada do Cemitério São João Batista à espera do ônibus da Prefeitura de Apodi para ir à cidade de Mossoró. O texto é intitulado de “Madrugada” e trata-se de um conto poético curto.
Daí para cá, Mônica Freitas, quando inspirada escreve o seu pensamento de uma forma reflexivamente poética, com uma inspiração e melodia que encantam a leitura, uma vez que consegue estimular a visão da alma. Eis a estrofe de um de seus poemas:
Quero romper a terra e os céus,
não com os rabiscos de um discurso hipócrita;
mas pintar com o sangue das minhas lágrimas
a verdadeira paisagem da vida. (MÔNICA FREITAS)
FONTE – VIVI CULTURA

SORRISO DA VIDA - MÔNICA FREITAS




Esse sorriso aberto é dado da infância.
Sempre gostei de me banhar com as águas da alegria.
Vejo-me com a melancolia acesa apenas quando sinto
que o meu amor sincero se esvai aos caminhos obscuros da vida.

Mas, nesse espalhafatoso sorriso se vê
que o amor está à pele florescer
o olhar, carregado pelas ondas do mar
Envolve o tom da pele e todo o ser.

Te amo vida, quero te ver a cada dia crescer,
envelhecer, morrer sem nunca desaparecer

CURA - MÔNICA FREITAS




Minha mente parou, meu coração cessou o seu pensamento
Meu Norte sucumbiu, meu chão se abriu
Meu amor debochou, correu, chorou, morreu
Era assim que o canto saia da sua voz
Do grito afundado de mágoas guardadas de cada momento
Inércia falava mais alto, faltava a coragem do sopro,
de encher as narinas de ar, de fazer o sangue circular.
Chorava, as lágrimas lavavam o rosto e alma
Um sorriso não se achava, não se via, não se cuidava
A tristeza saia vestida de luto nas redondezas a cantar
Aquela rua que se enfeitava para ver a lua do Sertão
Cantarolava a melodia frenética da alegria
Mas, quando eu passava todo o seu som calava a voz
Era o grito triste da minha alma que a deixava no chão
Era o tom sombrio que fazia morrer o dia
Foi o sopro de Deus que fisgou o tom do meu olhar
Foi a palavra de ordem divina que resplandeceu em mim
Foi o chamado do ser mais íntimo que habita o coração
Foi a fé que bateu com as asas no meu rosto
Foi Jesus, que com sua história, me deixou assim:
Sentindo-me viva, portanto capaz de sonhar
Sentindo-me esperançosa, capaz de sonhos realizar
Sentindo-me amada, capaz de amar
Sentindo-me curada, do sentimento sombrio
Sentindo-me feliz, para também felicidade dar

Mônica Freitas em 19 de outubro de 2013
Apodi-RN

Quem sou eu

Minha foto
PORTAL TERRAS POTIGUARES NEWS - MOSSORÓ-RN