Filha
de João Batista de Freitas e Rita Moreira de Freitas. Nasceu no dia 04 de maio
de 1966, numa quarta-feira, de parto normal feito em casa, naturalmente
cumprindo toda a essência da cultura dos seus ancestrais: os Índios Tapuios
Paiacus, tribo que representa os nativos aqui existentes antes da colonização
portuguesa. Suas origens tanto no que se refere à genealogia paterna quanto
materna, tem uma história de misturas raciais entre índios, brancos e negros,
uma vez que.
Seu
pai João Batista, mais conhecido como “Cordeiro de Zé Bico” é bisneto da índia
Luzia, habitante da antiga localidade hoje conhecida como Bairro Bico Torto;
também tem herança sanguínea com a família Nogueira, a mesma dos colonizadores
registrados no Livro das Sesmarias, onde consta a concessão feita por meio da
Carta de Data de Sesmaria concedida em 19 de Fevereiro de 1680 e vê-se os nomes
de Manoel Nogueira Ferreira, João Nogueira Ferreira e Antônia de Freitas
Nogueira, além de outros portugueses que os acompanhavam vindo de Pernambuco e
passando pelo Ceará, até chegar em Apodi.
Sua
mãe Rita Moreira tem do lado da mãe a genealogia dos “Moreiras”, família que
originalmente habitou e alguns membros ainda habitam a região de Santa Cruz,
Santa Rosa e terras do vale até o Sítio Caboclo. Enquanto isso, do lado do pai
pertence à família “Inglês”, que segundo comenta-se também tem origem europeia,
advinda da Inglaterra.
A
professora Mônica Freitas, como atualmente é conhecida, é uma mulher de
história semelhante às demais mulheres apodienses e porque não dizer
nordestinas. Quando criança passou por todas as situações de pobreza e miséria
que caracterizam o nosso sertão. Foi vítima de secas, morou em casa de taipa.
Era de uma família muito carente, mas com um diferencial não muito aplicável às
famílias que têm esse caráter nos dias de hoje: sempre acreditou na escola como
redentora, como impulsionadora do avanço pessoal e social. Nunca fez o ensino
infantil, pois na época não existia, começou a estudar em escola de zona rural
multisseriada. Sua primeira professora foi Maria Alaíde da Costa, responsável
por sua alfabetização na Escola Isolada Ponta D’Água, lá estudou até a 2ª
série. Em seguida, foi estudar na Escola Estadual Ferreira Pinto, a 3ª série
com Toinha de Guilherme e a 4ª com Ritinha Gomes. Fez todo o ginásio na Escola
Estadual Professor Antônio Dantas. Fez também o curso de Habilitação ao
Magistério na mesma escola. Foi este curso que permitiu a entrada no rol de
servidores públicos do Estado como professora. Depois já como professora do
Estado ingressou na UERN, para cursar Letras e depois de graduada, fez
Especialização na Faculdade Vale do Jaguaribe.
Quanto
à sua paixão pelos livros, a mesma relata que a melhor mediadora de leitura de
sua vida foi a sua avó materna Antônia Moreira (In memorian), apesar de a mesma
ser analfabeta. O fato é que quando criança, sua avó contava “histórias de
trancoso” e recitava a literatura de cordel com tanta criatividade para ela que
estimulou a curiosidade em saber de onde vinham tais textos. Ao ser
alfabetizada e descobrir que tudo era registro de livros, criou gosto pela
leitura literária infantil, e daí foi um passo para se tornar uma leitora
assídua de todos os gêneros. Ela cita, que ainda como mediadora de tal caráter,
está a sua tia Joana Valentim de Freitas (In memorian), professora na época,
conhecida como Joana de Zé Bico, pessoa que permitiu o acesso aos livros onde
foram encontradas as histórias contadas pela sua avó.
A
professora e hoje também poetisa Mônica Freitas se casou duas vezes. Do
primeiro casamento com Raimundo Gomes de Lima geraram-se três filhos: Luiz
Carlos, Laédson Freitas e Luana Mirtes. Hoje é casada com um dos socorristas do
SAMU Apodi.
Além
de ser Graduada em Letras com Habilitação para o Ensino de Língua Portuguesa e
Especialista em Leitura, Literatura e Produção de Texto e poetisa. Atualmente,
faz Mestrado na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), No Campus
Maria Luiza de Albuquerque Maia (CAMEAM), na cidade de Pau dos Ferros/ RN.
Aplicada em todos os níveis escolares, a sua pesquisa de Mestrado é direcionada
ao estudo da temática cultural indígena relacionada com o ensino de Português,
mais especificamente ao ensino de Produção de Texto.
Sobre
sua veia poética somente foi descoberta quando estava cursando a faculdade de
Letras na UERN. Seu primeiro texto poético, lido e reconhecido pelo caráter
literário, foi escrito na madrugada, quando estava sozinha, sentada à calçada
do Cemitério São João Batista à espera do ônibus da Prefeitura de Apodi para ir
à cidade de Mossoró. O texto é intitulado de “Madrugada” e trata-se de um conto
poético curto.
Daí
para cá, Mônica Freitas, quando inspirada escreve o seu pensamento de uma forma
reflexivamente poética, com uma inspiração e melodia que encantam a leitura,
uma vez que consegue estimular a visão da alma. Eis a estrofe de um de seus
poemas:
Quero romper a terra e os céus,
não com os rabiscos de um discurso hipócrita;
mas pintar com o sangue das minhas lágrimas
a verdadeira paisagem da vida. (MÔNICA FREITAS)
não com os rabiscos de um discurso hipócrita;
mas pintar com o sangue das minhas lágrimas
a verdadeira paisagem da vida. (MÔNICA FREITAS)
FONTE – VIVI CULTURA